A Biblioteca Rio-grandense, fundada em 1846 a mais antiga do RS



A Biblioteca Rio-grandense, fundada em 1846 a mais antiga do RS
Créditos: Pátricia Lima - Jornal do Comércio


Fonte Wikipédia e Credítos
                                                                 Eugenio Hansen, OFS

Partes do texto elaborado de Patrícia Lima é jornalista formada Universidade Católica de Pelotas, especialista em Estudos de Jornalismo pela UFSC e Mestre em Literatura pela Ufrgs.

"....Com 173 anos completos, a Bibliotheca Rio-Grandense ostenta um dos maiores acervos do País, com mais de 450 mil obras - para efeitos de comparação, o Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, possui 350 mil obras, e a Biblioteca Pública do Estado, em Porto Alegre, 250 mil.....
Fazia pouco mais de um ano que o Tratado de Ponche Verde havia sido assinado entre os Farroupilhas e o Império, trazendo a paz de volta ao Rio Grande do Sul. A cidade de Rio Grande, no Sul do Estado, estava devastada naquele agosto de 1846. O comércio exterior, que, desde o final do século XVIII movimentava o porto, fez crescer também a atividade comercial na cidade, aquecendo sua economia.
A Guerra dos Farrapos, a partir de 1835, fez declinar não apenas o comércio urbano como também afetou a atividade portuária. Com as estâncias tomando o centro do conflito, a produção de charque e derivados de bovinos caiu drasticamente, fazendo cair também as exportações que ocorriam por Rio Grande. Ao longo dos 10 anos de batalhas, a cidade empobreceu e viu se deteriorar seu comércio e seu desenvolvimento.
O final da guerra foi desejado com fervor pelos comerciantes e operadores portuários de Rio Grande, que precisavam retomar seus negócios. Para dialogar com as demais capitais marítimas do mundo ocidental, que enviavam e recebiam mercadorias pelo porto gaúcho, os homens de negócios queriam ver a cidade se reerguer rapidamente. Rio Grande precisava ser cosmopolita como qualquer cidade portuária na Inglaterra ou na Alemanha. E, para isso, um local para cultivar o estudo e a leitura era indispensável.
Nesse contexto, um grupo de 22 membros da elite local funda, em agosto de 1846, o Gabinete de Leitura, que depois viria a ser a biblioteca. Com o mesmo espírito, dois anos antes, foi fundada a Câmara de Comércio, a primeira do Rio Grande do Sul. Os comerciantes e membros da burguesia da época projetavam uma urbe em crescimento, com um referencial universalista, uma espécie de pequena cidade europeia no Sul do Brasil.
Ruas calçadas e urbanizadas, iluminação pública e, claro, espaços para a cultura, como teatros e bibliotecas, eram itens de primeira ordem em qualquer cidade que se quisesse moderna. "A unidade de classe dos comerciantes possibilitou iniciativas como essa. Ter um local para ler os grandes clássicos da literatura mundial dava a eles a credibilidade de que precisavam. Possuir um Gabinete de Leitura era muito bom para a imagem da cidade. Era bom para os negócios", explica o historiador especialista na história de Rio Grande e professor da Furg, Luiz Henrique Torres.
Nos primeiros tempos, o Gabinete de Leitura perambulou por alguns endereços do Centro da cidade. Até que, nos últimos anos do século XIX, a já denominada Bibliotheca Rio-Grandense se muda em definitivo para o antigo casarão que sediava a Câmara Municipal, comprado pela instituição para abrigar o acervo, que, a essa altura, já era vultuoso. Uma curiosidade: ela se chama rio-grandense por que, à época, esse era o gentílico para indicar quem nascia em Rio Grande. Hoje, quem é nascido por lá se chama rio-grandino.
Com uma população pouquíssimo escolarizada, Rio Grande precisava de mais do que apenas um gabinete de leitura. Era preciso que a população aprendesse a ler. Ao perceber essa demanda social, a biblioteca passou a oferecer, pouco tempo depois de sua fundação, uma série de cursos noturnos destinados especialmente a adultos. O objetivo era alfabetizar e qualificar as pessoas para que pudessem atuar nos muitos postos de trabalho abertos no comércio e na atividade portuária. A biblioteca realizou esses cursos por mais de 60 anos, até que a rede regular de ensino começou a funcionar na cidade. Apesar de sempre ter sido privada, ganhou o apelido de biblioteca pública pela relevância que tinha no dia a dia da comunidade. Ainda hoje é chamada assim pelo povo da cidade."  Partes do texto de Patrícia Lima

Refêrencia Bibliografica : Jornal do Comércio, Reportagem de 18/10 e  pesquisa feita por Valeska Huffel no site feita 17/02/2021 

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